DISCIPLINAS: Simbologia Braille/Conteúdos e Metodologias de Ciências II.
SEMESTRE: 2014/2
ALUNO(S): Diana Silveira, Sineide Cândido Costa, Wagner Fortunato, Wilson
dos Santos.
TEMA/CONCEITO: Lixo
Orgânico, conceitos e importâncias.
SÉRIE/NÍVEL: 4º ano do Ensino Fundamental.
CASO ESCOLHIDO:
Caso Rafael
A Pessoa com baixa visão, de acordo Bock (2013, p.21) “[...] é a que
tem um grau de visão que pode variar desde a percepção luminosa e a percepção
de objetos, até a acuidade visual correspondente a 30%.” Ou seja, pode
apresentar uma perda visual parcial ou severa que algumas vezes não podem ser
corrigidas com tratamentos clínicos ou cirúrgicos, mas quando dentro do
parâmetro de até 30% de visão, é possível executar as tarefas visuais,
incluindo em sala de aula, com ajuda de lentes específicas e iluminação
adequada, entre outros recursos, principalmente os que estimulem seu resíduo e
percepção visual. O Glaucoma, doença adquirida por Rafael, conforme Bock (2013,
p.28) “[...] é uma doença progressiva e irreversível [...].” que pode levar a
cegueira, se não tratada, porém, o menino utiliza bengala para se locomover por
não ter noção de profundidade, mas consegue discriminar cores com alto
contraste, identifica objetos tocando-os e manuseando próximos aos olhos, tem
habilidades com pinças e roscas, interpreta, lê o que escreve aproximando o
material dos olhos. Nesse caso, as aulas devem ser adaptadas para que o aluno
possa acompanhá-la, porém para isso é necessário aproveitar suas competências e
desenvolver as que ainda não possui e, assim estimular a iniciativa e
participação do aluno. Para facilitar a aprendizagem em sala de aula, alguns
materiais e procedimentos devem ser utilizados, como a lupa, mapas em relevo,
direcionamento de luz para evitar reflexos, entre outros, aproveitando o
resíduo visual que a pessoa de baixa visão ainda possa utilizar.
Para
Domingues et al (2010, p.8):
A baixa visão é uma deficiência que requer a utilização
de estratégias e de recursos específicos, sendo muito importante compreender as
implicações pedagógicas dessa condição visual e usar os recursos de
acessibilidade adequados no sentido de favorecer uma melhor qualidade de ensino
na escola. Dessa forma, para que haja um bom desempenho no ensino e aprendizagem
do aluno com deficiência visual (baixa visão) é indispensável fazer uso de
recursos e estratégias que possam estimular seu interesse. Pois, conforme
afirma Bock (2013, p.21) “No ambiente escolar, o docente deverá estar atento
às especificidades de cada estudante, valorizando o potencial de cada um e
oportunizando instrumentos, recursos, metodologias, estratégias e conteúdos
condizentes com as necessidades de cada aprendiz”. Para isso o ambiente tem que
ser planejado e organizado para que todos os alunos inclusive os com
necessidades especiais possam sentir-se incluído favorecendo a interação com os
colegas e objetos. Para isso o ambiente tem que ser planejado e organizado para
que todos os alunos inclusive os com necessidades especiais possam sentir-se
incluído favorecendo a interação com os colegas e objetos. Para o aluno Rafael
alguns recursos são sugeridos para tornar as aulas mais produtivas, como a
iluminação adequada direcionada ao material de leitura e escrita, evitando a
luz direta nos olhos. Apresentação no Power Point com audiodescrição, letras
pretas ampliadas em fundo branco e figuras com cores vivas para compreensão e
acompanhamento da aula. Para elaboração de textos (pesquisa) serão utilizados
materiais diferenciados como: Computador com leitor de tela e som, caderno com
folhas de pautas escuras e maior espaçamento entre linhas, lápis (6b) com
grafite mais forte, canetas com pontas porosas, pincel atômico (cores escuras,
azul escuro/ preto), pranchetas (na falta destas, improvisar com uma pilha de
livros), aproximando o material do campo de visão do aluno, facilitando a leitura.
Dentre esses importantes recursos vale ressaltar que o interesse e dedicação do
professor é peça fundamental para o resultado esperado nesse processo, pois
conforme Bock (2013, p.21), “[...] a atitude do professor, metodologias e
estratégias utilizadas em sala de aula, também são fundamentais nesse
processo.”
- Estimular os
alunos à reflexão crítica sobre as questões ligadas a preservação da natureza,
formas de consumo, reciclagem e como todas essas temáticas poderão ser bem
exploradas nas aulas de ciências deforma ampla e interdisciplinar.
- Provocar o
gosto pela ciência, através de temas compatíveis com a realidade dos alunos;
- Pensar sobre a
importância de práticas sustentáveis para a preservação do meio ambiente por
meio de debates e saídas de campo;
- Instigar a
curiosidade através de pesquisas cientificas no ambiente escolar;
- Aprender a
separar o lixo orgânico do inorgânico formando adubo, para a construção de uma
horta;
- Incentivar os
alunos no consumo de alimentos saudáveis através de hortaliças construídas por
eles;
- Envolver aos
alunos em atividades coletivas dentro e fora da escola entendendo que ações
capazes de mudar o mundo começa com cada um de nós;
- Lixo orgânico,
o que é? ;
- Quando o lixo
orgânico se torna nosso amigo;
- Nem tudo que
vai pro lixo tem que permanecer no lixo;
-Alimentos que
vem do lixo;
DESENVOLVIMENTO
METODOLÓGICO
Nestas aulas de ciências, o tema será o “Lixo Orgânico, conceitos e
importâncias”, na primeira aula serão apresentados os conceitos para a turma no
Power Point, os Slides serão adaptados com: audiodescrição, letras grandes de
cor preta, fundo branco, as figuras ampliadas com cores fortes e de alto
contraste, o aluno baixa visão deverá sentar próximo a apresentação com um
colega (primo Diego) para ajudá-lo na descrição e atividades. Para segunda aula foi planejado uma saída de campo em um aterro
sanitário do município possibilitando que os alunos tenham conhecimento do
destino que é dado ao lixo. O aluno com baixa visão utilizará a bengala pelo
fato de que o mesmo não tem noção de profundidade e lentes de ampliação.
Durante as explicações do profissional responsável o aluno baixa visão poderá
fazer suas anotações sobre as informações refletindo com os colegas sobre os
pontos marcantes, o que lhe instigou suas dúvidas e curiosidades entre outros
aspectos gerais, logos, sempre acompanhado do professor auxiliar que junto com
o professor da turma irá descrever todo processo e estimular de diversas
maneiras a participação, interesse e contato social.
Na terceira aula, os alunos irão conhecer as demais dependências da
escola, em especial a cozinha e realizarão entrevistas com as merendeiras. Em
seguida, o professor e o agricultor da comunidade (voluntário), irão ensinar
aos alunos as bases principais da construção de um canteiro. Para que o aluno
baixa visão possa se locomover com segurança e eficiência, todo o trajeto será
percorrido antes da aula sob orientação da Professora auxiliar que descreverá
os ambientes com detalhes e ajudará na exploração tátil, assim, o aluno
participará efetivamente de todas as atividades. Para a quarta aula, a
proposta é que todos alunos, inclusive o aluno baixa visão que será auxiliado
quando houver necessidade, irão plantar algumas mudinhas de hortaliças, nesse
momento, o aluno baixa visão terá a oportunidade de manipular os objetos e as
mudinhas de hortaliças socializando com a turma. Na quinta aula, os alunos irão
para sala de informática, onde irão pesquisar receitas de pratos e sucos
elaborados a partir de produtos ou resíduos de frutas, legumes. Para aluno com
baixa visão, serão disponibilizados recursos como: computadores com leitores de
tela, ou, na falta deste recurso, o uso de lupas mediante o auxílio do
professor auxiliar, neste momento o aluno construirá seus próprios conceitos
incorporados aos seus conhecimentos.
E por último, a proposta para sexta aula é trazer a comunidade para a
escola a fim de assistir à apresentação do professor. Para o sucesso e
efetivação dessa prática docente, algumas estratégias devem ser observadas,
visto que a turma em questão conta com um aluno com baixa visão. Portanto, para
que esse aluno possa acompanhar a aula sem prejuízos a sua aprendizagem, alguns
recursos devem ser utilizados. O cuidado com a luminosidade do recinto, as
cores utilizadas na elaboração do Power point, digitação em letras
maiúsculas, ou, caixa alta, fonte no tamanho que haja a possibilidade do aluno
com baixa visão possa ler, com a ajuda do professor auxiliar.
Espera-se através
dessas iniciativas, despertar um interesse maior pela ciência, porém, diferente
da forma rigorosa e tradicional das instituições as quais tornam por vezes a
disciplina difícil aos olhos dos alunos tornando-se maçante a pouco atrativa.
Procura-se mais ainda, inserir os alunos dentro de uma cultura científica,
ampliando o conceito de mundo e dos fenômenos que o constituem, ou seja um
alfabetizar cientifico dentro desse projeto (Viviane et al, 2013, p.122). Um
sujeito que vive a margem de repetição de conteúdo, de fato não aprende, muitas
vezes decora, imagina o conhecimento limitado, semelhante a quatro paredes da
sua sala de aula. Essas atividades de ciências aqui propostas possibilitarão
que o aluno saia da sala de aula para se tornar leitor do mundo, desenvolvendo
um olhar crítico cientifico se colocando com sujeito histórico e atuante na
natureza da mesma forma que seja capaz de agir e modificar a sua realidade. Ao
ganhar a responsabilidade de cuidar de uma horta, a criança aprenderá desde
cedo que qualquer projeto na vida precisa de cuidados, atenção, zelo e intervenção,
por isso, assim como a horta, a preocupação de zelar pelo conhecimento é
permanente, visto que ele não se fecha nunca, mas é sujeito a intervenções,
assim como na vida.
Dessa forma,
esperamos contribuir para a formação de pessoas mais ativas e autônomas,
dispostas a falar e serem ouvidas, colocando o professor como mediador e mais
ouvinte, encontrando na ciência a verdade de que todo homem é capaz de criar,
modificar e recriar. Com base nisso,
poderá o aluno assumir posturas responsáveis e conscientes relativas a natureza
e sua preservação, reconhecendo-a como patrimônio de todos, que assim como a
horta que precisa de cuidados permanentes para gerar a vida, precisa da mesma
forma a natureza de cuidados permanentes para que possamos viver nela com
qualidade.
Recursos Materiais:
- Folha Sulfite;
- Cartolina;
- Lápis comum e
de cor, caneta e borracha;
- Caderno de
Ciências;
- Computador com
internet;
- Câmera Fotográfica
ou de celular;
- Power Point;
- Televisor com
aparelho de dvd;
- Pá de
jardineiro;
- Enxada;
- Luvas
descartáveis;
- Regadores;
Recursos Humanos:
- Professor da
turma e alunos;
- Professor
auxiliar do aluno com baixa visão;
- Corpo Gestor da
escola;
- Pessoas da
comunidade e familiares do aluno;
Recursos Naturais:
- Mudas de
hortaliças;
- Terra para
plantio;
- Cascas de frutas
e legumes;
- Resíduos
orgânicos;
A avaliação para
essas atividades de ciências dos Anos Iniciais, tem como objetivo principal levar
os discentes a uma reflexão, criticidade e formação de atitudes que visem a
cidadania. Então busca-se avaliar o comportamento crítico, a resposta para
essas ações elaboradas nas atividades, analisando a organização, a assiduidade
e a colaboração por parte de cada um frente as atividades propostas.
Não pretende o
projeto, atribuir nota nem preenchimento de dados quantitativos, apenas
perceber os aspectos positivos frente as atividades propostas, superação de
desafios, estratégias criadas pelos alunos para a própria aprendizagem etc.
Entretanto foram estabelecidos alguns critérios de avaliação pelo professor em
caráter observatório. São eles:
- Comprometimento
do aluno perante as atividades;
- Participação,
assiduidade;
- Interação com o
professor e colegas na sala de aula;
- Respeito com as
normas das atividades;
- Colaboração e
cuidado com os materiais;
- Senso crítico;
- Disciplina no
momento do desenvolvimento da atividade;
BOCK, Geisa Leticia Kempfer; SILVA, Solange Cristina da. Simbologia Braille: caderno pedagógico.
Florianópolis: DIOESC/UDESC/CEAD, 2013. 124 p.
Leonel, André Ary,
et al.Conteúdos e Metodologias do Ensino
de Ciências II. 1ª ed. Florianópolis: DIOESC: UDESC/CEAD/UAB, 2013.
VIVIANE, Daniela et al. Conteúdos e Metodologias do Ensino de Ciências I. 1ª ed.
Florianópolis: DIOESC:
UDESC/UAB/CEAD. 2013.
CUNHA, Isabel
Cristina et al. Educação e Meio
Ambiente. Caderno Pedagógico -
Florianópolis: UDESC/CEAD/UAB, 2012.